A
relevância dos ativos intangíveis
Reponta para os olhares prevenidos a importância
estratégica que os ativos imateriais adquiriram na sociedade da informação e na
economia do conhecimento. De fato, não se define mais o valor das empresas
apenas e tão somente pelo peso de seus ativos materiais – capital físico e
capital financeiro. Mas computam-se também os ativos intangíveis: o capital
intelectual bem como o capital de reputação. Em muitos casos, os ativos
intangíveis chegam a valer mais do que os ativos tangíveis, notadamente no
setor de serviços. Daí o imenso cuidado que se tem, ou que se deveria ter,
com a preservação, ampliação e consolidação dos bens imateriais. A experiência,
aliás, demonstra que um deslize significativo no âmbito moral basta para pôr em
risco esse patrimônio, sobretudo da parte mais sensível que é a reputação.
O que é a reputação? O conceito que uma coletividade
atribui a uma organização ou um indivíduo, a percepção pública construída ao
longo do tempo, um componente-chave da autoridade moral que se conquista a
duras penas. Em termos correntes, corresponde ao prestígio, à fama, ao renome, à
consideração ou ao respeito de que se desfruta. É possível estabelecer uma
analogia entre um filme e a reputação, ao apanhar o movimento e a dinâmica que
aquele se implica. Em contrapartida, a imagem de uma empresa lembra uma
fotografia, o lado estático ou o corte instantâneo. Numa remissão à Gestalt,
a imagem faz as vezes de figura, ao passo que a reputação se incorpora aos
produtos e serviços como relação de confiança sedimentada no decurso dos anos
ou como credibilidade pública. Cabedal moral, a reputação estabelece uma
relação direta com o valor patrimonial da organização, da mesma forma que o
capital intelectual: quanto maior for esse cabedal, maior será o valor
patrimonial e quanto menor for, menor será o valor patrimonial.
“Persuadir cada homem de que deve olhar para si mesmo e procurar a
virtude e a sabedoria, antes de olhar para os interesses do Estado. Esta deve
ser a ordem que deve se observar. ”
(Sócrates).
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